Você sabia que a freguesia de Nossa Senhora das Necessidades tinha um importante porto em Florianópolis que servia para o escoamento da produção agrícola para o restante do país e exportação?
Esta freguesia, onde atualmente encontram-se os bairros de Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui na ilha, era o centro polarizador do Norte da Ilha de Santa Catarina, principalmente a partir da construção da casa da alfândega (porto) em 1750 dando origem a Sambaqui.
Este porto era movimentadíssimo uma vez que era o ponto de escoamento de boa parte da produção agrícola do Norte da Ilha. Possuía inúmeras casas comerciais que lhe davam independência em relação a Desterro (como era chamada a capital).
O principal produto da economia dos imigrantes açorianos era a farinha de mandioca, já no século XIX passou a ser o café.
Economia do Café
A maioria das plantações de café na Ilha foram feitas entre 1786 e 1791, quando esse ramo de cultura começou a dar os melhores resultados inclusive com regular exportação para o estrangeiro, onde o café catarinense, particularmente o da Ilha, era considerado de excelente qualidade.
A grande fertilidade do solo dispensava adubação, irrigação, manejo constante e gerava plantas de grandes proporções, que eram cultivadas embaixo das copas de árvores mais altas, era conhecido com sombreado.
Havia muita demanda de mão de obra nos engenhos de farinha e na colheita de café. O café era colhido entre os meses de março e agosto. Quem ficava com estoque guardava o café em coxos de madeira e paióis para ser vendido no verão a fim de obter mais lucro.
Declínio do Cultivo de Café
A partir da década de 1960, foi criado nacionalmente o GERCA (Grupo de Erradicação e Racionalização da Cafeicultura), órgão ligado ao Instituto Brasileiro do Café (IBC). Este órgão tinha como objetivo racionalizar e erradicar cafeeiros improdutivos da perspectiva de agrônomos e técnicos agrícolas, criando uma cafeicultura baseada nos princípios da agricultura moderna.
Com essa política de erradicação houve grande declínio da cultura de café na região e no Brasil.
Foi o início do processo que mudaria a base agrícola cafeeira, convertendo-a em grandes projetos industriais.
O café na ilha passou a ser cultivado somente em pequena escala, visando a produção artesanal do café para subsistência familiar ou como planta ornamental e atualmente há poucos remanescentes de “café sombreado” ainda cultivados.
Potencial e Oportunidade
Recentemente, uma pesquisa foi realizada por profissionais da Epagri em parceria com o Instituto Federal Catarinense que concluiu que o leste de Santa Catarina, onde há influência da brisa marítima e muitas plantas estão inseridas na Mata Atlântica, possui áreas com condições climáticas potencialmente aptas para o cultivo de café arábica especial com identidade própria.
Nós teremos a oportunidade de conhecer, vivenciar e degustar cafés ainda cultivados assim em Florianópolis.
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